É raro encontrar alguém que tenha atingido sucesso profissional e financeiro antes de enfrentar diversos fracassos.

Quando busco conhecer a história de um grande profissional, empresário ou investidor encontro uma narrativa composta de sucessivos fracassos seguidos de superações.

Eles encaram os fracassos com naturalidade, como se os mesmos fizessem parte do jogo e funcionassem como um inevitável e necessário estágio de treinamento. Aprender sobre “como não fazer” os deixam mais fortes e sábios para que possam enfrentar os desafios do próximo nível.

Isso nos faz imaginar que a diferença entre alguém que não consegue crescer e alguém que consegue está na maneira como cada um encara o fracasso. Podemos dizer que existem três tipos de pessoa:

  1. As que evitam fazer qualquer coisa que possam fracassar: isso evitaria o desconforto das críticas que faríamos a nós mesmos e críticas que os outros fariam diante do nosso fracasso. O filosofo grego Aristóteles dizia que “Para não receber críticas: não faça nada, não diga nada, não seja nada”. John Kennedy dizia que “não sabia a fórmula do sucesso, mas a do fracasso era só querer agradar a todo mundo, ou seja, basta ouvir mais os outros do que a si mesmo”.
  2. As que desistem no primeiro fracasso: fracassar não é cair, fracassar é continuar no chão. O fracasso que faz a pessoa desistir é o “verdadeiro fracasso”. Infelizmente, depois da desistência, essas pessoas costumam dedicar tempo ao “trabalho de vitimização”. Essa vitimização se torna a distância que separa essa pessoa do sucesso.
  3. As que se fortalecem a cada fracasso: Benjamin Franklin dizia que o fracasso apaga as “almas pequenas” e fortalece as “almas grandes” e exemplificou isso de uma forma curiosa. Imagine que os problemas e o fracasso são como uma forte ventania. Imagine que a força de vontade na alma pequena é como o fogo em uma vela e na alma grande é como o fogo em uma floresta. A ventania (problemas e fracassos) apaga facilmente o fogo da vela e fortalece o fogo da floresta.

 

Veja um trecho legendado de uma entrevista do Robert Kiosaki, um conhecido autor de livros sobre educação financeira:


Kiyosaki diz que esteve no fundo do poço diversas vezes. Fracassou logo no seu primeiro empreendimento e acumulou uma dívida de US$ 800 mil (mais de R$ 2,5 milhões). Por muito menos, as pessoas se desesperam. O pai pobre, pai biológico de Kiyosaki, ficou muito triste com a situação do filho. Já o seu pai rico (que era o pai do seu melhor amigo) disse com alegria: “Ei!! Parabéns!! Você perdeu o seu primeiro negócio”.

Para Kiyosaki essa maneira de pensar é que faz toda a diferença entre o sucesso e o fracasso no mundo dos negócios e dos investimentos mais rentáveis e de maior risco. O seu mindset (sua configuração mental) diante do fracasso é que fará você ter sucesso. Ele lembra que a maioria dos empreendedores bem-sucedidos perderam no mínimo três negócios no passado.

O pai rico de Kiyosaki  já sabia que um bom fracasso ensina mais do que muitos anos na escola. O grande problema é que aprendemos na escola que as pessoas que erram são estúpidas. Fazemos de tudo, até desistimos da nossa felicidade, para que não sejamos vistos como estúpidos que cometem erros.

É esse medo de parecer estúpido que faz muita gente não tentar ou desistir de tentar. Na vida real, as pessoas mais dispostas a errar são as mais inteligentes, segundo o autor. Inevitavelmente essa configuração mental (mindset) produz consequências na nossa vida profissional e financeira.

No livro Pai Rico Pai Pobre o Robert Kiyosaki diz o seguinte:

O medo de perder dinheiro é real. Todo o mundo tem. Mesmo os ricos. Mas o problema não está no medo, está na maneira de lidar com as perdas. E a maneira de lidar com o fracasso que faz a diferença na vida da gente. Isso serve para qualquer coisa, não apenas para o dinheiro. A principal diferença entre uma pessoa rica e outra pobre está em como elas lidam com esse medo

O personagem principal desse filme aqui, diz para o seu filho que o medo não é real. O perigo existe de verdade, mas o medo é uma escolha.

Você que já enfrentou um fracasso, sabe que falar essas coisas é muito fácil. Na prática, tudo fica muito difícil. Tem outro autor internacional da educação financeira chamado T. Harv Eker que escreveu uma dura realidade sobre as dificuldades que devem ser enfrentadas por aqueles que buscam sucesso profissional e financeiro. Veja um trecho que tirei do livro: O Segredo das Mentes Milionárias:

Detesto ter que lhe dizer isso, mas ficar rico não é um passeio no bosque. E, se alguém disser que é, ou essa pessoa sabe muito mais do que eu ou não é sincera. A minha experiência diz que enriquecer exige foco, coragem, conhecimento, especialização, 100% de dedicação, atitude de não desistir jamais e, é claro, programação mental de pessoa rica. Você precisa também acreditar piamente que pode conquistar a riqueza e que de fato a merece. Repito: o significado de tudo isso é que, se você não estiver verdadeira e plenamente determinado a fazer fortuna, o mais provável é que não a obtenha mesmo.

Sempre recebo e-mails de leitores me pedindo comentários sobre uma grande oportunidade que eles receberam para ficarem ricos de forma rápida e fácil. Quando você receber esse tipo de oportunidade, saia correndo. Cuidado com propostas de dinheiro rápido e fácil. Como disse T. Harv Eker , “ficar rico não é um passeio no bosque”.  Se alguém vender a ideia de que você não precisa ter foco, não precisa ter coragem, conhecimento, especialização, dedicação e persistência diante dos fracassos, tem alguma coisa errada acontecendo.

Eu sempre defendo a ideia de que você deve evitar fazer investimentos recomendados por terceiros. Os melhores investimentos costumam ser os mais inacessíveis, os menos populares, os menos propagandeados pelas instituições e só podem ser vistos e aproveitados por mentes preparadas.

Por este motivo é tão importante investir em educação financeira e na formação de uma nova mentalidade.

Falta de talento

Sempre que falamos sobre sucesso nos investimentos, sucesso profissional ou no empreendedorismo, surgem ideias que tentam relacionar o sucesso das pessoas com a existência de talentos que nem todos possuem. Existe a ideia de que nascemos naturalmente talentosos. Muitos acreditam que algumas pessoas nascem com a sorte de ter talentos e outras não.

Existem diversos estudos científicos comprovando que a coisa não funciona dessa forma. Já se sabe que para ter sucesso nos esportes, nas ciências ou nos negócios é necessário que as pessoas desenvolvam um conjunto de competências. O jogador Pelé (considerado por muitos o maior jogador de futebol da história) tinha, quando jovem, um conjunto de competências diferentes das competências do Steve Jobs (co-fundador da Apple). O que os pesquisadores procuram é o que existe de comum entre as pessoas mais bem-sucedidas em qualquer área.

Existe uma pesquisadora chamada Angela Duckworth, autora de um livro chamado “Garra”, que vem dedicando sua vida ao estudo da “psicologia do sucesso”. Ela descobriu que o sucesso não é fruto de talentos natos (aqueles que nascem conosco). Ela descobriu que o sucesso é uma consequência da garra. Garra nada mais é do que uma mistura de perseverança e paixão, ou seja, é o que faz você não desistir quando está fazendo algo que ama.

Se você não gosta do que faz ou não tem um bom motivo para fazer o que faz, vai perder toda a sua motivação no primeiro fracasso ou até mesmo na primeira dificuldade que possa sinalizar um possível fracasso.

A perseverança que ela descreve no livro não é teimosia.

“A perseverança significa: apanhar, cair, levantar, tirar uma lição da queda e tentar novamente de uma forma melhor. Teimosia é apanhar, cair, levantar, não tirar nenhuma lição da queda e tentar novamente cometendo os mesmos erros que resultaram na queda.”

Ela mostra que se você não tem sucesso em alguma área, especialmente aquela que você acredita que não tem talento, significa apenas que você não perseverou o suficiente para adquirir as competências que faltam. Também deve faltar um motivo muito grande para você perseverar, algo que você tenha verdadeira paixão.

O talento existe, mas ele só potencializa o sucesso. Sem esforço o talento não tem utilidade. Para exemplificar assista ao vídeo logo abaixo. Nos primeiros segundos do vídeo você verá um homem dando um salto-mortal. Parece fácil. Você imaginará que ele nasceu com esse talento e que você não seria capaz.

Logo depois você verá todo o sofrimento que ele passou entre o momento que tomou a decisão de aprender a dar saltos-mortais e o momento que finalmente conseguiu dar esse salto que aparece no início do vídeo. Foram seis horas seguidas de inúmeros fracassos que provocaram quedas desastrosas e muita dor.

Imagine se ele tivesse compartilhado 6 horas de fracassos na internet antes de compartilhar sua primeira vitória. Imagine o que os amigos e parentes dele diriam a cada queda desastrosa.

Quando você observa o sucesso de um profissional, empresário ou investidor, está olhando apenas esses primeiros segundos do vídeo. Você não pode ver tudo que aconteceu nos bastidores, todos os fracassos, todo o esforço que foi necessário. Você tende a acreditar que o sucesso é um passeio no bosque. O sucesso é a vitória de uma guerra que foi travada a partir de incontáveis batalhas fracassadas e vitoriosas.

Quando você assiste seus amigos e parentes fracassando inúmeras vezes, você tende a desestimulá-los. Isso é um comportamento automático das pessoas. Compartilhe menos os seus fracassos caso não queira receber apoio dos seus amigos para que desista.

Busque conviver com pessoas que possuem a mentalidade que você gostaria de ter. Você não precisa encontrar essas pessoas fisicamente, isso seria difícil. Você só precisa conviver com as ideias de pessoas de mentalidade grande. Você pode fazer isso através dos livros, vídeos, sites, cursos, eventos presenciais etc. É isso que faço e recomendo que você tente fazer.

Se você sente que vem travando uma batalha contra algo dentro de você que resiste ao seu crescimento, recomendo que você leia o livro que escrevi chamado Resistência, conheça aqui.

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