Tudo que envolve melhorar sua vida financeira e realizar seus desejos depende do entendimento de um princípio. É uma espécie de  constante universal, que talvez seja a única coisa real capaz de interferir na nossa vida e em tudo que existe.

Todos os conselhos, dicas e recomendações dos especialistas sobre como melhorar sua vida financeira possuem como base essa constante.

Essa constante é chamada de causalidade, mas por favor não confunda causalidade (causa e efeito) com casualidade (acaso), pois essa confusão pode ser fatal se o seu objetivo for melhorar sua vida financeira nos próximos anos ou décadas.

Antes de continua você precisa entender a diferença, pois muitos não entendem.

Casualidade (acaso)

A posição da letra “U” em relação a letra “S” muda drasticamente o sentido da palavra e explica boa parte das diferenças entre os resultados financeiros das pessoas durante a vida.

Infelizmente, boa parte das pessoas acredita que a vida que levam é uma consequência da casualidade, ou seja, do acaso.

Elas acham que as coisas boas acontecem por sorte e as coisas ruins acontecem por azar. Elas também entendem a vida financeira que possuem como uma consequência do acaso ou de algo que não está no controle delas mesmas.

Normalmente, culpam seus fracassos pela falta de sorte ou até pelo excesso de sorte que pessoas bem-sucedidos tiveram.

Frequentemente são pessoas que vivem prestando muita atenção nos outros, enquanto reclamando do que eles fazem.

Elas se sentem atraídas por pessoas, produtos ou serviços que prometam revelar algum tipo de “segredo”, algum “pulo do gato”, atalhos, jeitinhos que as ajudem a resolverem seus problemas financeiros. As vezes gostam de sentir autopiedade e que os outros também sintam o mesmo por elas.

Como não percebem a causa do problema nelas mesmas (não percebem a relação de causalidade), dificilmente fazem algo que dependa delas para mudar a situação. Sempre estão esperando que a mudança venha de fora e com isso a mudança nunca vem.

Causalidade (causa e efeito)

Já uma pequena parte das pessoas entende que a vida é regida pela causalidade, ou seja, toda causa tem um efeito. Dessa forma, a vida financeira que temos hoje é um efeito ou uma consequência de uma causa que está no nosso passado. Isso significa que a vida financeira que teremos no futuro dependerá de todas as decisões e ações concretizadas hoje que produzirão efeitos no futuro.

Mas isso não é tudo…

Entender que sua vida financeira não é fruto da casualidade (acaso), mas sim da causalidade (causa e efeito) é metade da história.

Existe outro ponto que precisa ser entendido: muitas das escolhas que estamos fazendo hoje (causas) para obter algum resultado no futuro (efeitos) não foram escolhas nossas, mas sim escolhas de pessoas que possuem um entendimento além disso. São pessoas que exercem poder sobre nossas escolhas.

A ilusão da escolha

Grande parte das pessoas que fazem suas escolhas no presente esperando colher resultados no futuro acreditam que estão tomando essas decisões livremente. Isso acontece com você, comigo e com todos em algum grau maior ou menor.

As pessoas, em sua maioria, fazem as escolhas que os outros escolheram para elas. Elas estudam, trabalham, gastam tempo, dinheiro e energia para conquistarem aquilo que elas acreditam que escolheram em algum momento de suas vidas.

A grande verdade é que são raras as pessoas que fazem suas próprias escolhas e frequentemente são essas poucas que conquistam grandes resultados financeiros (muito acima da média dos que possuem algum resultado).

Para exemplificar e facilitar o entendimento vamos imaginar alguém que esteja trabalhando duro nesse momento para melhorar sua vida financeira com o objetivo de realizar seus mais variados desejos.

Essa pessoa se imagina no futuro em condições financeiras melhores para que possa viver um estilo de vida sofisticado e mais prazeroso onde realizará muitos desejos que cultiva.

Exemplo: ela deseja estar vestida com as melhores roupas, nos melhores destinos de viagens e dentro de um dos melhores restaurantes do mundo (aqueles que possuem três estrelas dadas pelo guia da fábrica de pneus). Nesse restaurante, a pessoa imagina consumir os melhores vinhos (também escolhidos pelos outros), junto com sobremesas maravilhosas feitas com ingredientes ditos especiais.

A questão é: até que ponto trabalhamos duro durante a vida (causa) para conquistar uma vida financeira melhor (meio) somente para conquistar coisas e experiências (efeitos) que acreditamos serem escolhas nossas (nossos porquês), quando na verdade foram escolhas dos outros“.

Vou ilustrar através do trecho de um filme.

No filme “Matrix Reload” (2003) existe um trecho muito interessante que simboliza muito bem a ideia de que existe apenas uma constante universal real: causalidade, também conhecida como “ação e reação” ou “causa e efeito”. Ele também fala sobre a ilusão da escolha. Fala sobre o chaveiro que é apenas o meio para se atingir um fim (vou falar sobre o chaveiro no final do artigo). O personagem do filme também fala sobre o poder que as pessoas podem ter quando entendem essas ideias e seus “porquês”.

O personagem principal desse trecho do filme, que irei apresentar logo abaixo, é “Merovingian”. Dentro da vida simulada por Matrix, Merovingian se apresenta como um empresário rico e poderoso parecido com muitos empresários que conhecemos hoje.

Na cena do filme, que podemos observar logo abaixo, ele está em um dos seus negócios que é um restaurante no topo de um sofisticado edifício chamado “Le Vrai“, que em francês significa “A verdade”.

Como Matrix é uma realidade produzida por um computador, Merovingian é um “programa de computador” poderoso por ser capaz de “escrever os códigos” das coisas que existem dentro de Matrix. Não é muito diferente de todas as empresas que produzem e vendem todas as coisas que sonhamos e desejamos quando buscamos sucesso financeiro.

Clique na figura abaixo para assistir e depois continue lendo para entender os simbolismos desse trecho do filme.

Merovingian: Olhe para aquela mulher. Meu Deus, apenas olhe para ela afetando todos que estão aqui… tão óbvio, tão burguês, tão chato. Mas espere, observe. Veja bem, eu enviei uma sobremesa para ela; sobremesa muito especial. Eu mesmo escrevi (seu código). Começa de forma tão simples… cada linha do programa criando uma consequência, como se fosse uma poesia. Primeiro um impulso, um calor, palpitações, você pode ver? Ela não entende o porquê. Será que é vinho? Não… O que é então? Qual é a razão? Logo isso não importará. Logo o porquê e a razão se foram e tudo o que importa é o próprio sentimento/emoção. E essa é a natureza, lutamos contra, tentamos negá-la, mas é claro que é fingimento. É uma mentira. Sob nossa aparência equilibrada, a verdade é que estamos completamente fora de controle.

Tendemos a achar que nossas escolhas são muito racionais e colecionamos motivos (porquês) que justificam nossa busca por sentimentos, emoções e prazeres.

No mundo em que vivemos, grandes marcas, grandes empresários, investidores, políticos, artistas, celebridades e outros influenciadores, acumulam fama, poder e dinheiro por saberem “escrever os códigos” de coisas prazerosas e agradáveis que amamos consumir sem um completo entendimento das razões.

Muitas vezes inventamos razões ou aceitamos as razões que eles nos fornecem para que possamos fingir que estamos no controle e que conseguimos viver sem nossos vícios, maus hábitos, exageros prazerosos de cada dia que consomem nosso tempo, nosso dinheiro e nossa energia e até nossa saúde.

Pagamos caro por essas coisas que muitas vezes nos prendem. Muitos negócios bilionários envolvem nossa relação emocional com produtos e serviços que foram “escritos” e divulgados através da publicidade para produzirem grandes fortunas enquanto nos embriagam de estímulos, emoções e prazeres que fogem da razão.

Imagine todos os objetos, produtos e serviços que você pretende ter ou consumir quando melhorar sua vida financeira.

Vários desses desejos foram “escritos”, planejados, fabricados e vendidos por pessoas que possuem o sucesso financeiro que você gostaria de ter. Elas entendem o que você deseja e vendem o que você deseja, sabendo que nem sempre o que as pessoas desejam é exatamente o mesmo que elas precisam.

As pessoas acreditam que escolhem livremente e fazem filas na busca do que desejam, não na busca do que realmente precisam (razão). 

Um restaurante de luxo, para quem o monta como um negócio, nada mais é do que uma espécie de “teatro” criado para que as pessoas tenham a experiência e o sentimento de que são especiais. Elas acreditam que o lugar é especial, que o cozinheiro é especial, acreditam que os ingredientes são especiais e que suas vidas são especiais por terem acesso a essa experiência.

Como Merovingian diz, “Essa é a natureza, lutamos contra, tentamos negá-la, mas é claro que é fingimento. É uma mentira”. Você pode até fingir que não gosta dessas ilusões, sentimentos, prazeres e confortos oferecidos pelo mundo do consumismo, mas ao fazer isso é provável que esteja mentindo para você mesmo(a).

Observe que apesar de entender como as coisas funcionam, Merovingian não nega seu gosto e seu prazer por todas essas coisas. Deixa claro que adora os bons vinhos, a boa comida, ambientes luxuosos e maravilhosos que ele mesmo cria para seus clientes e que também usufrui abertamente.

Só que existe uma grande diferença entre Merovingian e a mulher que se deixa dominar pelo prazer da sobremesa ofertada como um presente. Essa diferença está no fato de Merovingian entender como as coisas funcionam e isso representa um tipo de poder. Ele mostra seu entendimento no trecho:

Causalidade, não há como escapar. Somos eternamente escravos dela. Nossa única esperança, nossa única paz é entendê-la. (Entender) o porquê é o que nos separa deles e você de mim? (Entender) o porquê é a única fonte real de poder, sem isso você não tem poder. E é assim que você veio a mim? Sem um porquê, sem poder. Outro elo da corrente.

Quando você entende a relação de causa e feito que envolve a realização dos seus desejos, você tem poder sobre seus desejos, sobre seus atos e sobre a influência de terceiros na sua vida.

Se você não sabe por qual motivo quer o que quer, faz o que faz… se não entende a causa dos seus desejos ou por qual motivo quer melhorar sua vida financeira, você não tem poder sobre sua própria vida. São as pessoas/instituições que estão no controle quando colocam motivos na sua cabeça. Empresas e instituições financeiras gastam bilhões com propagandas e estratégias todos os anos para motivar você a fazer o que elas querem que você faça.

Frequentemente colocamos o poder nas mãos dos outros quando o assunto é a nossa própria vida profissional, vida financeira e decisões de consumo.

Quando você está interessado nos “porquês” que justificam seus atos no presente, você tem o poder sobre sua vida financeira. Você aceita tomar decisões difíceis, trabalhosas e até desconfortáveis hoje para colher um futuro melhor. Você aceita assumir responsabilidades maiores, aceita trabalhar mais, estudar mais, se divertir de forma moderada para ter mais tempo, superar suas próprias limitações para atingir grandes resultados que se justificam por motivos que são importantes para você e não para os outros.

O meio não é o fim

Todo dinheiro que você vai conseguir na sua vida, através de todo tempo e esforço que forem necessários, será apenas o meio. O dinheiro por sua natureza é apenas um meio e não um fim. Não faz sentido buscar um meio se você não tem um fim ou um “porquê claro” e muito bem definido na mente. Você verá essa ideia no início do vídeo, quando Merovingian fala sobre o Chaveiro.

Ah, sim, é verdade. O Chaveiro, é claro. Mas isso não é um motivo, não é um porquê; o próprio Chaveiro, sua própria natureza, é um meio, não um fim; portanto, procurá-lo é procurar um meio de fazer… o quê?

O dinheiro apenas funciona como um abridor de portas. É você que deveria escolher as portas que pretende abrir e não os outros, mas frequentemente deixamos que “os Merovingian’s” que existem por todas as partes escolham essas portas por nós e nos entreguem sobremesas prazerosas que desviam nosso foco das coisas que realmente precisamos (que nem sempre são fontes de prazer no presente, mas serão os meios para atingir objetivos grandes no futuro).

Desejos precisam ser alimentados, mas devem ser adestrados para que você sempre mantenha o controle da sua vida.

A primeira parte do meu livro sobre “Independência Financeira” eu falo muito sobre a importância de entender que a independência financeira será apenas um meio e não um fim. O dinheiro aumenta seu poder para realizar tudo que deseja e isso inclui seus desejos que vão dos mais primitivos aos mais sofisticados. Por esse motivo, o enriquecimento externo deve acompanhar um processo de enriquecimento interior.

Para ter toda a força de vontade e autocontrole necessários para colocar em prática um projeto de crescimento financeiro e interior é necessário descobrir primeiro os seus porquês e eles precisam ser seus e não plantados por outras pessoas em você.

O poder de conhecer o seu porquê é o poder de alimentar seus desejos (como os leões do quadro acima) sem perder o controle, sem permitir que os desejos te controlem ou até te devorem.

Os pequenos prazeres, as “pequenas sobremesas” que nos vendem por todas as partes deixam a vida mais colorida e agradável e possuem seu valor no presente, mas não podem desviar você de grandes objetivos que podem dar sentido para sua vida.

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