A alta do PIB ou a queda do PIB influenciam os resultados dos seus investimentos em renda fixa e variável. Se você investe em títulos públicos, LCI, LCA, CDB, fundos de investimento, mercado de ações, previdência privada e até na poupança precisa aprender mais sobre o PIB. É importante que você entenda como ele impacta positivamente ou negativamente nos resultados dos seus investimentos.

Antes de investir é muito importante observar o comportamento do PIB nos últimos anos e trimestres, além de buscar informações publicadas por economistas e analistas que fazem previsões para o futuro do PIB.

O que é PIB?

O PIB (Produto Interno Bruto) serve para medir a atividade econômica dos países. Aqui no Brasil ele é calculado trimestralmente pelo IBGE que é um órgão federal subordinado ao Ministério do Planejamento.

Medir o PIB não é uma tarefa simples. O IBGE precisa somar o valor de todos os bens e serviços produzidos no Brasil através das indústrias, serviços e agronegócios. Em 2013 o PIB brasileiro foi de R$ 4,84 trilhões. Significa dizer que toda a riqueza produzida no país em 2013, em todos os setores da economia, foi de R$ 4,84 trilhões.

Comparando o PIB atual com o PIB dos anos anteriores, podemos saber se a atividade econômica está crescendo ou diminuindo. O PIB também permite comparar o desempenho da nossa economia em relação ao desempenho da economia de outros países.

O Banco Central e o governo federal utilizam o PIB para tomar diversas decisões que influenciam diretamente a sua vida. As empresas e os investidores estudam o PIB antes de tomar decisões de investimento, antes de contratar ou demitir, antes de ampliar ou retrair suas atividades.

Infelizmente a maioria da população não faz a menor ideia da importância do PIB.

Veja o que entra no cálculo do PIB:

  • O valor de todos os produtos vendidos para o consumidor final, da caixa de fósforo que custa centavos até um avião fabricado no Brasil que custa milhões de reais;
  • Todos os serviços, da manicure até os serviços de consultoria de um grande banco;
  • Todos os investimentos que as empresas fazem para produzir mais;
  • Tudo que o governo gasta, prestando serviços públicos para a população.

Fica de fora do cálculo do PIB tudo que as empresas compram de matéria prima para produzir aquilo que será vendido ao consumidor final. Exemplo: Entra no PIB o valor final do carro que você comprou, mas não entra o valor das peças que a indústria comprou para montar o carro. Quando você vende o seu carro usado, este valor não entra no PIB, pois ele já foi contabilizado quando saiu da fábrica. Estas restrições evitam uma contagem duplicada. Por fim, não é possível registrar o valor dos serviços e bens produzidos e vendidos na informalidade.

Fórmula para calcular o PIB

De maneira simplificada o PIB é calculado através da fórmula: PIB = C + I + G + (X – M)

  • C = Gastos das empresas do setor privado
  • I = Investimentos
  • G = Gastos dos governos e empresas públicas
  • X = Exportações
  • M = Importações

O que faz o PIB crescer

Olhando a fórmula podemos identificar alguns motivos para a alta ou a queda do PIB.

  • O PIB cresce quanto a população compra mais e as empresas investem (constroem fábricas, inauguram lojas, compram máquinas, contratam mão de obra) para produzir mais e assim atender toda a demanda.
  • O PIB cresce quando o governo gasta mais, constrói escolas, estradas, postos de saúde, etc.
  • O PIB cresce quando as empresas exportam mais;
  • O PIB cresce quanto importamos menos.

Um dos fatores que mais influenciam o crescimento do PIB é o consumo das famílias. Quanto mais as pessoas compram, mais as empresas precisam produzir e investir para produzir mais. Uma forma de estimular o crescimento do PIB é estimular o consumismo.

Juros x PIB

O consumo das famílias depende da renda, pois quanto mais se ganha, mais se pode gastar. A taxa de juros também interfere no consumo das famílias e por consequência impacta o crescimento do PIB. Juros baixos estimulam a compra parcelada ou financiada.

Juros baixos também desestimulam a poupança (poupar para comprar depois à vista). As famílias preferem realizar seus desejos imediatamente. Elas acham mais vantajoso pagar juros baixos e comprar imediatamente do que ganhar poucos juros para esperar e comprar no futuro.

Os juros baixos também estimulam a criação e a expansão das empresas. Para fugir da baixa rentabilidade dos investimentos financeiros, os empreendedores buscam empréstimos para abrir novos negócios. Os empresários buscam crédito para comprar novas máquinas, construir novas fábricas e abrir novas lojas, gerando mais emprego e mais renda para as famílias. Tudo isto contribui para o aumento do PIB

Juros baixos atraem investimentos externos para a produção e não para a especulação. Empresas estrangeiras entram no país para investir no agronegócio, indústrias e serviços. Estes investimentos se traduzem em riqueza que impacta positivamente no PIB.

É fácil perceber que juros baixos contribuem para o crescimento do pais e da economia. E este crescimento pode ser medido pelo PIB.

O problema dos juros baixos ocorre quando bancos, empresas e governos se unem para estimular o consumismo impulsivo das pessoas. A compra através de dívidas aumenta os lucros dos bancos, aumenta as vendas das empresas e a arrecadação de impostos do governo.

Isto acaba elevando o endividamento das famílias. O nível de endividamento das famílias também afeta o PIB. Se os brasileiros estão com a renda comprometida, pagando financiamento da casa, financiamento do carro e diversas prestações do cartão de crédito, sobra pouco dinheiro para fazer novas compras e isto prejudica o PIB.

No curto prazo, as compras antecipadas pelos financiamentos produzem uma sensação agradável de riqueza, de maior poder de compra e prosperidade. No longo prazo, as dívidas acumuladas se transformam em um enorme problema para as famílias e para a economia.

Onde entra o governo?

O governo não cria riquezas. O governo parasita a riqueza produzida pelas empresas e pelos trabalhadores. Para cada R$ 100,00 de riqueza produzida pela sociedade, o governo fica com R$ 36,42. Isto é apenas uma média. Um trabalhador que ganha mais de R$ 4.463,81 paga 27,5% de imposto de renda, retido na fonte. Quando ele gasta o que restou, acaba pagando imposto novamente. Se compra um 1kg de carne paga 17%, se compra um refrigerante paga 46%, se compra uma geladeira paga 37%, quando abastasse o carro perde mais de 50% com impostos. O problema não é pagar impostos. O problema é que além de pagar impostos o trabalhador ainda precisa pagar por saúde (planos de saúde) e educação (escolas particulares) já que o governo é incapaz de oferecer estes serviços com qualidade para todos.

Nas últimas décadas a carga tributária só tem crescido e tudo indica que continuará crescendo, até o dia que os eleitores perceberem que não existe almoço grátis. O governo não dá nada gratuitamente para ninguém, embora tentem mostrar o contrário durante as eleições.

O governo pode ajudar a aumentar o PIB, como também pode ajudar a diminuir o PIB. O governo ajuda a aumentar o PIB quando ele faz investimentos que estimulam as empresas a produzirem mais e melhor. Ele também ajuda criando um ambiente favorável para a formação de novas empresas ou expansão das já existentes.

Ele faz isto investindo os impostos arrecadados em infraestrutura (estradas, portos, ferrovias, metrô, etc) e investindo nos trabalhadores (escolas, universidades, hospitais, postos de saúde, saneamento básico, etc).

Quando as empresas conseguem produzir mais e melhor, em um ambiente que favoreça a concorrência, elas conseguem atender as necessidades da população com produtos de boa qualidade e bons preços. Com isto os consumidores não precisam importar produtos estrangeiros. Boas empresas também atraem o interesse dos consumidores estrangeiros e isto eleva nossas exportações. Importações reduzem o PIB nacional e ajudam a aumentar o PIB dos outros países. Já as exportações colaboram para aumentar nossas riquezas.

Quando o governo cria um ambiente favorável para o empreendedor, várias empresas surgem e começam a competir entre elas para oferecerem o melhor produto possível pelo menor preço possível. Tudo isto junto a aumenta o PIB por fazer a riqueza circular das empresas para os trabalhadores e dos trabalhadores para as empresas. A riqueza retirada do sistema pelo Governo (impostos) deveria voltar em forma de benefícios, o que infelizmente não acontece como deveria.

Quanto mais as empresas crescem, mais contratam e pagam melhores salários para as pessoas. Estas pessoas usam este dinheiro para comprar os produtos e serviços das próprias empresas em que trabalham e suas concorrentes. Quanto mais as empresas e os trabalhadores prosperam, mais o governo arrecada impostos para investir.

Com uma arrecadação maior, o governo pode aumentar os investimentos ou pode reduzir os impostos para que empresas e pessoas tenham mais recursos no final do mês para consumir e gerar mais riqueza. Temos aqui um ciclo virtuoso de crescimento que faz o pais enriquecer.

O que faz o PIB diminuir

O governo não investe onde deveria: Nem sempre o governo investe onde deveria para colaborar com o enriquecimento do país e da sociedade. Não faltou recursos, financiamentos e vontade política para entrega dos estádios de futebol para uma entidade privada realizar um evento esportivo.  Já a construção de metrô, estradas, ferrovias, portos, novas fontes de energia e de água, escolas técnicas, universidades, hospitais, ficam em segundo plano. Também falta vontade política para resolver vários problemas que dificultam o crescimento da economia de forma sustentável.

Com isto, falta o ambiente favorável para que novas empresas possam nascer ou para que as atuais possam se expandir e competir. Sem infraestrutura e trabalhadores produtivos, não é possível investir no país. As empresas precisam de mão de obra qualificada e a estrutura necessária para que a produção interna se torne competitiva quando comparada com outros países.

Muitas empresas brasileiras, atualmente, preferem importar para vender no Brasil. Muitas empresas estrangeiras preferem montar suas fábricas em outros países e não mais aqui. Muitos consumidores brasileiros preferem viajar para Miami para comprar produtos melhores e mais baratos.

Esta falta de ambiente favorável para as empresas já está gerando um processo de desindustrialização do Brasil. Se nada for feito, teremos uma menor participação da indústria no PIB. E isto é muito grave já que a indústria ainda emprega milhões de brasileiros. É a indústria que produz mais riquezas. É melhor para o enriquecimento do país exportar biodiesel e óleo de soja do que exportar só a soja. É melhor exportar veículos e eletrodomésticos do que minério de ferro. Cada vez mais exportamos matéria prima e compramos produtos industrializados de fora.

O governo não inspira confiança: Imagine se você fosse dono de uma multinacional que possui US$ 1 bilhão para investir em uma nova fábrica que empregará 5 mil pessoas. Você pode escolher qualquer país do mundo para investir. É claro que você escolherá o país que oferece melhor infraestrutura (energia, transporte, etc) e mão de obra qualificada (população com boa formação profissional). Além destes fatores você precisa avaliar se o governo inspira confiança. Ele muda as regras do jogo a todo momento? Ele prejudica uma atividade e beneficia a outra sem critérios? Ele considera que o empresário é um inimigo do país ou um parceiro? Ele aumenta os impostos do dia para a noite? Ele interfere artificialmente nos juros, no câmbio e nos preços, mesmo que isto prejudique a economia no longo prazo? O governo assume erros ou procura culpados? O governo pensa no desenvolvimento do país ou nas eleições?

Quando você conclui que o governo não é confiável, você simplesmente resolve investir seus bilhões de dólares em outro país. Quando o governo produz incertezas e desconfiança, as empresas brasileiras e multinacionais percebem um risco maior de investir produtivamente.

As empresas investem menos, expandem menos, se arriscam menos e com isto o PIB começas a cair. É função do governo criar um ambiente seguro e estável para o investimento de longo prazo, do contrário, as empresas vão buscar lugares mais seguros para investir.

O governo gasta mais do que arrecada: Quando o governo gasta mal, permite a corrupção, superfatura obras, contrata sem concorrência, paga por serviços e bens de baixa qualidade e baixa durabilidade ou usa o dinheiro público sem o devido cuidado e respeito… Falta dinheiro.

O governo sem dinheiro é um enorme problema para toda a sociedade. O bolso do governo é o meu bolso, é o seu bolso, é o bolso de todos os brasileiros.

Veja o que o governo faz quando gasta mal o que arrecada e precisa de mais dinheiro:

  1. Aumenta a arrecadação de impostos: Isto significa menos dinheiro no bolso das pessoas. Com menos dinheiro para comprar, as empresas vendem menos. Isto faz o PIB cair.
  2. Aumenta os juros (Taxa Selic) para conseguir vender títulos públicos. Juros elevados estimulam a poupança e desestimulam o consumo, investimento e a oferta de crédito. Quem tem dinheiro prefere deixar o mesmo no banco ou no Tesouro Direto rendendo juros. Quem não tem dinheiro, não consegue financiar suas compras. Juros elevados transferem uma maior parte da renda das pessoas para os bancos e uma menor parte para o setor produtivo. Os bancos também preferem emprestar dinheiro para o governo a emprestar dinheiro para as pessoas e por isto o juro elevado faz o dinheiro desaparecer e o credito fica mais restrito, impactando nas vendas das empresas.  Isto faz o PIB cair.
  3. Aumenta a quantidade de moeda em circulação: O governo pode produzir dinheiro para pagar suas contas. O problema é que qualquer ação que aumente a quantidade de dinheiro em circulação acaba gerando inflação. A inflação reduz o poder de compra das famílias e prejudica todas as atividades produtivas. A ferramenta preferida do governo para reduzir a inflação é o aumento dos juros.

Aqui temos um ciclo vicioso de deterioração da economia que faz o PIB cair até que o país atinja uma situação de recessão (PIB negativo) e desemprego.

Onde investir com o PIB em alta

Quando a economia está aquecida, as empresas investem e contratam novos funcionários e elevam o salário dos atuais para mantê-los na empresa. A renda das famílias aumenta e os gastos também.

Quanto mais as pessoas ganham, mais elas tendem a gastar. As vendas crescem e as empresas lucram. O preço das ações das empresas aumenta na bolsa de valores. Quem investe em ações consegue grandes lucros quando o PIB está crescendo.

Com a economia aquecida, o governo encontra espaço para reduzir juros. Muitas pessoas resolvem empreender pela primeira vez. Investir em algo produtivo se torna mais lucrativo que deixar o dinheiro rendendo juros baixos no banco.

O setor imobiliário também se beneficia. As famílias, com mais renda, resolvem trocar de imóvel ou sair do aluguel para comprar o primeiro imóvel. Juros menores estimulam os bancos a emprestar mais dinheiro para as pessoas e empresas.

Em busca de maior rentabilidade, bancos, empresas e pessoas aceitam assumir mais riscos investindo no setor produtivo.

Cresce a oferta de crédito imobiliário e a demanda por imóveis aumenta mais rapidamente que a capacidade de construção das construtoras. Isto faz os imóveis se valorizarem e estimula a construção de novos imóveis.

Desta forma, podemos concluir que uma economia em crescimento oferece 3 grandes oportunidades para o investidor:

  1. Empreendedorismo: abrir uma nova empresa assumindo riscos para ganhar mais;
  2. Investimento no mercado em ações: você se torna sócio de uma empresa grande;
  3. Investimento em imóveis: juros menores, renda maior e mais crédito aumenta a demanda por imóveis valorizando imóveis usados e imóveis na planta.

A renda fixa perde sua atratividade quando a economia vai bem. Juros em queda aumenta a procura por investimentos prefixados e de renda variável.

A coisa mais importante que as pessoas devem fazer quando a economia vai bem é aproveitar o bom momento para poupar e construir patrimônio. É nos bons momentos da economia que você deve aproveitar um possível aumento da sua renda para construir reservas e se preparar para os momentos difíceis.

A economia funciona em ciclos intermináveis de recessão -> recuperação -> expansão -> desaceleração, até que todo processo se reinicia. Veja no gráfico que os países não passam pelos ciclos no mesmo momento.

Os economistas acreditam que já saímos da expansão e estamos na desaceleração, rumo a uma recessão. Segundo conselheiro da presidência: “Será muito difícil impedir pelo menos um trimestre de recessão” (fonte).

Onde investir com o PIB em queda com inflação alta

Quando as famílias começam a consumir mais, as empresas precisam produzir cada vez mais para atender a demanda que elas produzem. Quando existe mais pessoas querendo comprar e menos produtos disponíveis para serem vendidos, os preços começam a subir.

Uma economia aquecida e pouco produtiva resulta em aumento de preços e inflação.

Foi isto que ocorreu quando o governo baixou juros e ofereceu facilidades para a compra de imóveis através de financiamentos. Existiam menos imóveis à venda e muitas pessoas capazes de comprar através do crédito imobiliário. O resultado foi a alta exagerada dos preços, falta de mão de obra para construção de novos imóveis, aumento dos preços de imóveis usados e na planta.

Com pouca tecnologia, pouca infraestrutura, pouca mão de obra qualificada disponível, a produtividade das empresas brasileiras é baixa, quando comparamos com as empresas de outros países. Baixa produtividade trava o crescimento do país e aumenta a inflação.

Existem outros fatores que contribuem direta ou indiretamente para o aumento da inflação como o aumento dos gastos públicos, interferência do governo no câmbio e impostos elevados para produtos importados, etc, etc…

No Brasil existe o sistema de metas para a inflação. O Banco Central deveria adotar medidas para manter a inflação no centro da meta que é 4,5% ao ano. Quando a inflação se aproxima do teto da meta que é 6,5%, o Banco Central começa a elevar as taxas de juros para desaquecer a economia, ou seja, com menos pessoas podendo comprar, as empresas não conseguem mais aumentar preços com antes. A economia começa a desacelerar (da expansão passamos para a desaceleração).

Juros elevados reduzem a atividade econômica. As pessoas poupam mais e se endividam menos. As empresas investem menos em atividades produtivas e deixam o dinheiro em investimentos financeiros. Empresas e consumidores assumem menos dívidas para consumir e investir (evitando pagar juros altos).

Esta elevação dos juros desfavorece o investimento no mercado de ações, desestimula os empreendedores a abrir novas empresas ou expandir as existentes, prejudica o mercado imobiliário já que o crédito fica mais caro e os bancos aumentam as restrições.

Neste cenário os investimentos mais procurados são os de renda fixa pós-fixada, ou seja, que aumentam a rentabilidade a medida que os juros aumenta. Títulos públicos pós-fixados, CDB, LCI e LCA se tornam atrativos a medida que os juros sobe e a situação da economia piora. Por isto é importante aprender mais sobre classificação de risco antes de investir.

Quando o desaquecimento econômico chega no fundo do poço, e o governo começa a agir para recuperar a atividade econômica (baixando a taxa de juros), chega o momento de investir nas ações que estiverem baratas, nos imóveis que estiverem baratos (veja como fazer), vendendo títulos públicos prefixados (veja curso que ensina a estratégia) para investir nos pós-fixados. Um novo ciclo tende a se iniciar e quem estiver bem posicionado quando a economia sair do fundo do poço, terá enormes ganhos no ciclo de expansão.

É por este motivo que as crises são os melhores momentos para aproveitar as oportunidades.

Como prever o PIB

Uma forma de saber a tendência do PIB (de queda ou de alta) é através de uma pesquisa feita pelo Banco Central que resulta em um relatório semanal chamado Boletim Focus. Para acessar os boletins clique aqui.

A pesquisa coleta a opinião de aproximadamente 100 economistas sobre a perspectiva futura de diversos indicadores da nossa economia. Estes profissionais representam as instituições financeiras mais importantes do país.

O relatório é produzido todas as semanas, começando na segunda-feira e terminando no domingo, sendo divulgado sempre às segundas-feiras da semana seguinte à sua produção. As principais projeções indicam a inflação, PIB e câmbio que será praticado no futuro.

No relatório divulgado, quando este artigo estava sendo escrito, era possível observar que há 4 semanas o Focus indicou PIB de 1,07% para 2014. Na semana passada os analistas estavam mais pessimistas ainda e o PIB esperado era de 0,9% e nesta semana a expectativa caiu novamente ficando em 0,86%. Já o PIB para 2015 se manteve em 1,5%.

Para a inflação (IPCA), a pesquisa mostra uma expectativa de queda. Significa que os economistas acreditam que a baixa atividade econômica (PIB) vai fazer a inflação recuar nos próximos meses. Há 4 semanas eles acreditavam que o IPCA seria de 6,46% e hoje já esperam 6,39%.

No caso da Selic, todos acreditam que ela continuará em 11% em 2014 e para 2015 esperam uma alta para 12%.

É importante observar que quanto maior o prazo da previsão, mais difícil é acertar. Se você baixar os relatórios dos anos anteriores e comparar o que eles estavam prevendo com a realidade de hoje, verá que em muitos casos os especialistas erraram feio.

O governo normalmente reclama que o mercado está pessimista quando as expectativas são negativas para o PIB. Com isto eles se colocam na posição de vítimas e transferem a culpa que possuem para o mercado. E população leiga acaba acreditando e isto é bom para os políticos.

Observando as previsões dos economistas que participam do Boletim Focus desde 2012 é possível perceber que eles fazem previsões mais otimistas do que a realidade. Não existe nenhum pessimismo. Todos os números que observei mostram o mercado mais otimista.

Peguei os relatórios do Boletim Focus de 2012, 2013 e 2014 e observei quais eram as projeções do PIB no relatório divulgado no começo do ano anterior a 2012, na metade do ano anterior, no início do ano de 2012, no meio do ano de 2012 e finalmente comparei com o resultado final do PIB durante 2012. O mesmo tipo de estudo apareceu recentemente na TV (veja aqui).

Como você pode ver, os analistas estão errando as previsões por serem otimistas. Veja que a primeira previsão, no começo de 2011 foi que em 2012 o PIB seria de 4,50%. Já no meio de 2012 a previsão baixou para 4,10%. No início de 2012 os especialistas acreditavam em um PIB de 3,27%. Faltando 6 meses para o fim de 2012 eles acreditavam em 2,72%. Quando o IBGE apurou o PIB de 2012 o resultado foi de um PIB de apenas 1%.

Perceba que o IBGE divulga o PIB do trimestre. São os números da economia se deteriorando que vai reduzindo o otimismo exagerado dos economistas e não o contrário.

A mesma situação aconteceu quando os economistas do Boletim Focus fizeram as previsões para o PIB de 2013. Veja o gráfico:

Em 2014 a situação não é diferente. O governo continua dizendo que mercado financeiro (especialistas, analistas, economistas) estão pessimistas e até acusa estes profissionais de terrorismo.

Só que na prática, podemos verificar que as projeções dos analistas do mercado financeiro são mais otimistas que os números apurados trimestralmente pelo IBGE.

Observe que em junho de 2014 a última previsão seria PIB de 1,44%. No momento em que este artigo está sendo escrito, o Boletim Focus aponta que a aposta está em PIB de 0,84% e este número não para de cair. O motivo é simples. Todos os outros números da economia apontam para o desaquecimento de diversos setores. Com base nestes fatos numéricos é que os economistas fazem suas projeções para o futuro. Quanto mais os números negativos aparecem menor é o PIB esperado.

Se as coisas continuarem da forma que estão é possível que o PIB termine 2014 negativo. Neste momento existe uma enorme dúvida entre os especialistas sobre o futuro dos juros. Alguns acreditam que o Banco Central vai continuar mantendo os juros em 11% já que o desaquecimento da economia já chegou a limites preocupantes. O Banco Central espera que a inflação recue nos próximos meses para decidir se volta a baixar os juros ou  se será necessário aumentar os juros novamente para que a inflação recue. A queda dos juros só deve acontecer quando a inflação começar a perder força.

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