Você vive o dilema profissional: ganhar dinheiro x trabalhar no que você gosta? Nem sempre o que gostamos de fazer tem relação com nossa atual profissão. Como precisamos pagar as contas no final do mês, tendemos a nos acostumar com uma atividade profissional pouco gratificante.

Por outro lado, percebemos que muitas pessoas estão mudando de profissão na busca por um trabalho mais motivador, mais alinhado com o que gostam de fazer. Atualmente existem muitas profissões, muitas possibilidades de obter conhecimentos que permitem ganhar dinheiro por outros meios.

Recentemente li o seguinte depoimento:

Sou solteiro e tenho 28 anos. Fiz faculdade de música. É minha paixão, mas não consegui trabalho a área. Meu atual emprego garante o meu sustento, mas não tem relação com o que gosto. Minha família me incentiva a encontrar outra profissão que pague melhores salários. Me ofereceram pagar outra faculdade, mas desisto da ideia quando imagino ter que ficar ainda mais tempo na sala de aula. Não paro de pensar nisso…

No passado, as pessoas acabavam trabalhando naquilo que gostavam, pois a infância oferecia essa oportunidade de chegar na vida adulta conhecendo e amando alguma profissão. A criança crescia no campo ou em cidades muito pequenas ajudando pai, mãe, avós, tios ou algum parente em alguma atividade profissional.

O filho do ferreiro se tornava um ferreiro e continuava o negócio do pai. O filho do agricultor aprendia a gostar da terra e a trabalhar nela. O filho do comerciante recebia o comércio do pai de herança junto com o gosto pelo comércio. O marceneiro, pescador, artesão e outros profissionais transmitiam seus conhecimentos, ferramentas e seus negócios para os filhos.

A criança aprendia a gostar da profissão que seria exercida pelo resto da vida ao observar os mais velhos trabalhando. Os ensinamentos eram transmitidos já na infância por pessoas que tinham experiência prática e conhecimentos centenários, repassados a cada geração. O ensino era prático e não somente teórico. Essa era a faculdade do passado. Hoje as coisas estão bem diferentes.

Agora a criança passa a infância sem saber o que seus pais estão fazendo durante o dia. Misteriosamente os pais saem de casa pela manhã e só retornam no final do dia.

Dificilmente os pais falam sobre o que fazem no trabalho. Dificilmente os pais ensinam o que fazem. Dificilmente os pais se orgulham e sentem prazer pelo trabalho que fazem, pois muitas vezes só trabalham pelo dinheiro que permite pagar as contas no final do mês. As crianças sentem o desanimo no olhar dos pais.

Alguns pais até se envergonham do que fazem pelo dinheiro, pois nem todos são éticos com clientes ou com seus empregadores (públicos ou privados).

Nem sempre os pais querem que seus filhos sigam suas profissões, pois sofrem muito e só a exercem pelo sustento que ela proporciona. A ideia do trabalho é transmitida para a criança como um fardo que precisa ser tolerado, suportado, como uma cruz que deve ser carregada até o fim. Isso origina muitos problemas na cabeça da criança e do jovem com relação ao trabalho e consequentemente isso vai interferir nas relações com o dinheiro.

A criança de hoje não entende mais a conexão que existe entre trabalhar, conquistar o sustento, realizar algo bom e útil para a comunidade e se realizar como pessoa através do orgulho contido no servir, no trabalho.

O ato de servir e se realizar como pessoa através desse serviço deixa de fazer sentido, como antes já fez. Para a criança, o dinheiro parece brotar magicamente do cartão de plástico ou do caixa eletrônico dentro dos shoppings e supermercados.

A criança passa o dia na frente de telas pretas (filmes, games, aplicativos, música e redes sociais) por onde enxerga uma realidade distorcida enquanto os pais trabalham em um lugar distante de casa na espera do próximo fim de semana e do próximo salário.

Se você tem dificuldade de encontrar algum prazer no trabalho e as únicas coisas que você gosta de fazer na vida tem relação com entretenimentos. Se não consegue imaginar alguma atividade profissional que possa gerar alguma satisfação, sem ser a de receber o salário no final do mês, talvez você tenha sido essa criança que se desenvolveu desconectada do verdadeiro sentido do ato de servir. É natural que seus prazeres estejam conectados somente com as brincadeiras de infância.

Essa criança terá dificuldade para escolher uma profissão que goste, pois talvez nunca tenha visto ninguém gostando de alguma profissão. Talvez ela nunca tenha visto um adulto que goste do que faz.

Ultimamente as pessoas estão muito ansiosas sobre esse tema. Elas estão sendo bombardeadas por mensagens como “Escolha um trabalho que você ama e você nunca terá que trabalhar um dia sequer na vida”.

Essa frase é atribuída ao filósofo chinês Confúcio que viveu 500 anos antes de Cristo. Muitos não sabem que Confúcio foi pastor, vaqueiro, funcionário público e guarda-livros antes de abandonar essas atividades e fazer o que gostava que era viajar enquanto ensinava sua filosofia. Somente entre os 51 e 73 anos de idade ele dedicou sua vida exclusivamente ao que gostava de fazer.

Certamente ele passou a vida estudando e se preparando para se tornar o que se tornou. Talvez esse seja o caminho a percorrer por aqueles que precisam ganhar dinheiro e ao mesmo tempo sentem que precisam fazer o que amam fazer para se sentirem realizados.

Muitas vezes, fazer aquilo que se gosta precisa ser conquistado aos poucos, ou seja, deve ser um direito a ser adquirido depois de uma vida de trabalho, poupança e investimentos. Existem pessoas que são bem-sucedidas trabalhando em uma atividade que remunera bem, mas que conseguem conciliar atividades que gostam de fazer. Um maior nível de independência financeira permite fazer aquilo que se gosta com uma menor preocupação relacionada com o financeiro.

Fazer o que se gosta de fazer é um desafio pessoal. Cabe a cada um colocar a cabeça para funcionar e encontrar uma solução. Sempre gostei de escrever e compartilhar o que aprendo com as pessoas e sempre encontrei uma forma de fazer isso na minha atividade profissional. Quando tive empresas na área de tecnologia escrevia uma espécie de newsletter por e-mail para os meus clientes com dicas sobre a área onde atuava. Isso era gratificante. Hoje, esse conhecimento sobre tecnologia, minha formação (administração de empresas) e os conhecimentos que adquiri para cuidar das minhas economias, me ajudam a escrever e compartilhar aqui neste site. No fim, tudo isso me permitiu fazer o que gosto de fazer a ao mesmo tempo ajudar as pessoas.

Sei que estou muito longe de escrever bem, mas isso não me impede de escrever. Felizmente não dependi da escrita para viver e crescer. Nem sempre o que você gosta de fazer é o que você consegue fazer melhor. Nem sempre o que você gosta de fazer é o que será mais valorizado pelas pessoas que pagam pelo seu trabalho. Por isso, atingir algum nível de independência financeira pode ser um caminho para fazer o que você ama fazer sem depender tanto do dinheiro que isso poderá proporcionar.

Eu acredito que para fazer aquilo que se gosta de fazer é necessário ter um pouco de audácia, ou seja, precisa ter coragem para tomar decisões contrárias aos padrões, hábitos, costumes e comportamentos automáticos que as pessoas seguem.

No meu site pessoal, escrevi um artigo sobre “como ter sorte e fazer fortuna” onde mostrei o exemplo (um vídeo) de uma menina palestina que teve a “audácia” de fazer algo que muitos de nós não teríamos coragem de fazer e isso gerou oportunidades de crescimento profissional que ela desfruta até hoje (leia o artigo completo). Quando eu me aventuro a fazer o que gosto, que é escrever e compartilhar o que sei publicamente, de certa forma estou fazendo o mesmo que essa menina fez. Sei que existem pessoas que escrevem melhor e que entendem mais de finanças e investimentos, mas poucas possuem a audácia para “dançar” em praça pública, como mostra o vídeo do artigo. Eu acredito que existem forças internas que nos impedem de fazer o que queremos. Deveríamos controlar essas forças que resistem e isso nos ajudará a crescer.

Por fim, para quem tem um trabalho que precisa ser tolerado, por não ser uma atividade que gosta, talvez uma boa economia por alguns anos e bons conhecimentos sobre investir dinheiro, ajude a conquistar o privilégio de trabalhar naquilo que você gosta e não naquilo que você tolera em troca do dinheiro.

Frequentemente, as pessoas que não gostam do trabalho que fazem pelo dinheiro, são as mesmas que passam a vida gastando tudo que ganham com prêmios de consolação. Se você gasta tudo que ganha com recompensas por fazer um trabalho que não gosta, talvez, melhor seria fazer um sacrifício adicional como poupar parte do dinheiro, investir da melhor forma possível para criar uma reserva financeira suficiente para que você faça escolhas profissionais melhores, tentando equilibrar um trabalho bem remunerado com alguma atividade relacionada com aquilo que você gosta de fazer.

Aqui no Clube dos Poupadores temos muitos artigos sobre educação financeira e investimentos que podem ajudar nesse processo, basta dedicar algum tempo diário para a leitura. Também existem os meus livros que podem acelerar o aprendizado sobre investimentos. No meu site pessoal, existem artigos inspiradores sobre desenvolvimento pessoal que também podem ajudar muito.

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